terça-feira, 1 de novembro de 2011

Desprezo pelo transporte ferroviário sobrecarrega malha rodoviária.

Governo Federal investe pesado no trem.
Depois de 15 anos nas mãos da iniciativa privada, somente agora o transporte ferroviário de cargas ensaia passar por uma fase de renascimento. A malha ferroviária brasileira possui hoje cerca de 29 mil quilômetros de extensão e desde que foi arrendada para a iniciativa privada, em 1996 e 1997, as ferrovias receberam mais de R$24 bilhões em investimentos governamentais e das concessionárias.
A construção de novas ferrovias pegou impulso nos anos 1980 com o inicio da Ferrovia Norte-Sul, construída aos pedaços e emendada a vários outros ramais ao longo do país, e consumirá R$ 20 bilhões e mais sete anos se mantiver seu propósito de ligar as duas pontas do país.
Em 2010, 25% do transporte de carga no país foi feito em ferrovias e 58% realizado em rodovias, segundo dados da Associação Nacional do Transporte Ferroviário (ANTF). Nos Estados Unidos, a proporção é diferente: 43% das cargas são transportadas por trens e 32%, em rodovias. Este predomínio do modal rodoviário implica em custos maiores com logística. De acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), se o Brasil tivesse uma matriz de transporte similar a dos EUA, o custo com o transporte seria R$ 90 bilhões menor que o atual. Isso porque, ainda de acordo com o Ilos, o custo para transportar mil TKUs (toneladas por quilômetro útil) por rodovias é de R$ 260, e em torno de R$ 38 para mil TKUs no modal ferroviário.
O Ministério dos Transportes prevê que, em 2025, a matriz de transportes seja dividida em 35% das cargas levadas por ferrovias, 30% por rodovias, 29% pelo modal aquaviário, 5% por dutos e 1% pelo transporte aéreo. Para isso, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) vai destinar R$ 46 bilhões para a expansão da malha ferroviária em 4.696 quilômetros. Apesar disso, ainda é um valor menor do que o previsto para as rodovias, em torno de R$ 50 bilhões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário