28/11/2012 - O
Globo
As obras de
implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que ligará a Zona Portuária ao
centro financeiro da cidade e ao Aeroporto Santos Dumont devem começar ainda no
primeiro semestre de 2013. O projeto da prefeitura, que será executado numa
parceria público-privada (PPP), prevê a implantação do sistema por etapas, com
a gradual substituição dos ônibus que circulam na região pelos bondes modernos.
O presidente da
Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto, Jorge Arraes, disse que o VLT do
Rio será o primeiro do mundo totalmente projetado sem catenárias (cabos para
captar energia elétrica em fios suspensos). Ele explicou que os bondes
recarregarão em dois processos: pela fricção, quando reduzem a velocidade na
proximidade das estações, e em capacitores ativados ao pararem nos pontos.
— A Zona
Portuária passa por um processo de revitalização. A ausência de catenárias
evita a poluição visual causada pelos fios. E, ao mesmo tempo, torna o sistema
mais seguro, porque os trilhos não são eletrificados. Nas obras do Porto
Maravilha, nós já estamos deixando as canaletas prontas para instalar os
trilhos. Nas outras partes do Centro por onde o VLT vai circular, essa
atribuição ficará com o consórcio que vencer a licitação — explicou Jorge
Arraes.
A primeira fase,
entre a futura Vila de Mídia das Olimpíadas (nas imediações da Rodoviária Novo
Rio) e a Praça Mauá, deverá ficar pronta até março de 2015. No trimestre
seguinte, os trilhos avançariam por toda a Avenida Rio Branco, até a
Cinelândia. A previsão é que o sistema completo esteja em operação no primeiro
trimestre de 2016, como parte do pacote de obras de infraestrutura que ficarão
como legado das Olimpíadas do Rio. Nessa fase, o serviço passará a ser prestado
também com linhas entre a Central e a Praça Quinze, o Santo Cristo e a
Candelária, e a Zona Portuária e o Aeroporto Santos Dumont.
Em valores
atuais, a tarifa do VLT seria de R$ 1,91, que ficará totalmente com a
concessionária. O plano prevê a integração do sistema aos ônibus urbanos, BRTs,
trens, metrô e barcas, através do bilhete único. A demanda pelo serviço é
estimada em 220 mil passageiros por dia. O VLT foi projetado para circular com
carros articulados adaptados para atender a diferentes demandas. Conforme o
movimento, cada composição poderá ter de dois a oito carros.
Cada carro terá
capacidade para transportar até 400 passageiros, e o intervalo entre os VLTs
deverá variar entre 5 e 15 minutos conforme a linha. O custo da obra é estimado
em R$ 1,1 bilhão. Deste total, R$ 532 milhões serão recursos federais que virão
do Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade (PAC).
A diferença para
o custo final, não apenas da obra, mas também da compra de material rodante e
da construção de um centro de manutenção sob a Vila Olímpica da Gamboa, será
devolvida pela prefeitura ao consórcio em 15 anos. Ganhará o contrato o
concorrente que propuser o menor reembolso por parte do poder público. As
regras serão divulgadas hoje com a publicação do edital de concessão do
serviço. A concorrência para escolher o consórcio que vai operar as seis linhas
e 42 estações distribuídas por 30 quilômetros de vias será no dia 10 de
janeiro.
A implantação do
sistema interferirá no roteiro de quase 400 linhas municipais e
intermunicipais. Elas terão seus percursos reduzidos, podendo ser integradas
aos bondes ou até mesmo extintas. Mas esse reordenamento dos coletivos não se
deve apenas à implantação do VLT do Centro, mas também à instalação do futuro
BRT Transbrasil (Deodoro-Aeroporto Santos Dumont) que o município também espera
concluir até o início de 2016.
Jorge Arraes
afirma que, na fase de execução das obras, o consórcio terá que discutir com
órgãos de patrimônio os projetos dos pontos de embarque e das estações
terminais. O objetivo é que os abrigos estejam em harmonia com o entorno. Isso
pode evitar a polêmica que ocorre hoje com as estações do metrô.
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