O governo adiou pela terceira vez uma
licitação para a concessão do trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro. A
concorrência que definiria o fornecedor dos equipamentos e operador da
concessão estava marcada para a próxima sexta-feira. Essa etapa do projeto
agora não tem mais prazo para ser realizada.
Segundo o ministro dos Transportes, Cesar
Borges, o adiamento será por pelo menos um ano. "Não vamos parar o
projeto", disse o ministro. Segundo ele, outras etapas do projeto, como a
contratação dos projetos executivos, continuarão a ser realizados.
A decisão tomada pela presidente Dilma
Rousseff foi anunciada agora há pouco pelo ministro dos Transportes, Cesar
Borges, e pelo presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística),
Bernardo Figueiredo.
O governo temia que a licitação pudesse não
ter interessados ou ter apenas um grupo, formado por empresas francesas.
Empresas da Espanha e da Alemanha pediram o adiamento do leilão para ter tempo
de entrar no negócio.
Na primeira tentativa de leiloar o
trem-bala, em 2010, o governo fez dois adiamentos do prazo de entrega de
propostas para dar mais tempos às companhias para formar grupos e entrar na
concorrência. Pouco adiantou: o leilão realizado em julho de 2011 acabou sem
interessados.
Após esse
fracasso, o governo refez o projeto dividindo-o em duas licitações: uma para
fornecimento de equipamentos e operação e outra para construção da linha e
estações. Essa era uma sugestão das empresas de fornecimento de equipamentos,
entre elas espanholas, japonesas, francesas e alemãs, que informavam ao governo
que entrariam no negócio caso ele fosse separado da parte de construção.
O leilão
marcado para sexta-feira seria para escolher o fornecedor e operador e estava
marcado desde dezembro do ano passado. Mesmo assim, as empresas da Espanha
enviaram duas cartas ao governo pedindo adiamento do leilão para terem mais
tempo para apresentar suas propostas.
DIMMI AMORA/Folha de
São Paulo
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