Apesar das deficiências ainda existentes no setor, a indústria
ferroviária brasileira tem vencido importantes desafios. As locomotivas
que saem hoje da linha produção consomem até 25% menos combustíveis,
assim como os novos vagões de passageiros conseguem reduzir em até 30% o
consumo de energia. Tais referências fizeram parte da palestra A
Indústria ferroviária no Brasil e seus desafios tecnológicos, proferida
pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária,
Vicente Abate no seminário promovido pela entidade na M&T Peças e
Serviços Congresso, realizado em São Paulo, conjuntamente com a M&T
Peças e Serviços.
Além desses avanços, Abate também lembrou que além de ter maior
capacidade de carga, os novos vagões também propiciam maior
produtividade em razão do avanço tecnológico. No caso de vagões
destinados ao transporte de açúcar, por exemplo, podem ser descarregados
em um minuto, enquanto os antigos demoraram 45 minutos. Para essa
operação, atualmente é necessário apenas um operário, contra seis
exigidos nos passado. “Essa é mais uma prova da capacidade de inovação
de toda a cadeia produtiva envolvida com a indústria ferroviária
brasileira”, afirmou Abate.
O presidente também deu detalhes do Plano de Renovação de Frota, que
está sendo estudado pela iniciativa privada e o governo. Abate ainda
lembrou dos investimentos específicos para o setor ferroviário
contemplados no PIL – Programa de Investimentos em Logística, cujo
montante chega a R$ 99 bilhões, estabelece a velocidade de 80km/h como
padrão e consegue a interoperabilidade de toda a rede ferroviária
nacional.
Após a palestra de Abate, o consultor Sérgio Coutinho chamou a atenção
para a necessidade de se acelerar esses investimentos para beneficiar a
sociedade com a redução do custo nos transportes. Nesse sentido, ele
lembrou que o custo logístico no Brasil é estimado em 11% do PIB,
enquanto em países como Estados Unidos fica entre 5% e 8%. “É vital
investir na modernização do setor ferroviário, pois ele,
comprovadamente, é o que melhor resposta dá para aprimorar a mobilidade
urbana, além de ser o que melhor faz uso do solo e o menos prejudicial
ao ambiente”, finalizou o consultor.
Fonte - ABIFER
Nenhum comentário:
Postar um comentário