¨Pé de estribo¨na comunidade de Toledo, em M.Claros MG |
02/04/2013 - DCI
As ferrovias são a grande aposta do momento
para a melhoria da logística de transportes no País. Hoje, apesar de terem
apenas 29 mil quilômetros de extensão, as ferrovias de cargas movimentam 25% de
todas as riquezas que circulam pelo Brasil, e o modal rodoviário responde por
58% da matriz de transportes. Com a produção recorde de soja, que neste ano
chegou a 185 milhões de toneladas, fica evidente a urgência de maiores
investimentos em ferrovias. É praticamente inconcebível que a soja, por
exemplo, percorra mais de mil quilômetros de extensão em carretas e bitrens
lotados, da propriedade do agricultor até o porto.
"Para otimizar o transporte, essa
movimentação deveria ser feita de trem. Uma única composição composta por 100
vagões graneleiros carregados de 27 toneladas retira de circulação das estradas
cerca de 357 caminhões graneleiros de 28 toneladas. E o transporte por ferrovia
é mais seguro e ecologicamente sustentável. A emissão de gases poluentes como
dióxido de carbono (CO2) pelos trens de carga é 75% inferior ao liberado pelos
caminhões", diz Rodrigo Vilaça, presidente-executivo da Associação
Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
Segundo o executivo, um dos principais
gargalos do transporte de cargas é a extensão da malha ferroviária nacional,
que possui pouco mais de 28 mil km de extensão. Para atender a demanda atual
são necessários 52 mil quilômetros (km) de extensão. Os Estados Unidos têm 280
mil quilômetros de ferrovia. "Muito antes da expansão da malha, é preciso
resolver outros questões como as passagens em nível urbanas, ou seja, os
cruzamentos entre as ferrovias e as rodovias e estradas. Hoje existem mais de
1.856 destes cruzamentos no País, dos quais 279 são considerados críticos. Além
disso, há pelo menos 355 invasões em faixas de domínio - problemas que causam
prejuízos ao sistema, pois obrigam os trens a reduzir bruscamente a velocidade,
em geral de 40 quilômetros por hora para 10 quilômetros por hora ou até mesmo 5
quilômetros por hora."
Investimentos
Ao longo dos 16 anos de concessão, as
concessionárias de ferrovias investiram mais de R$ 30 bilhões na modernização
da malha, na compra de material rodante, na aquisição de novos sistemas e na
correção de falhas na malha. As ferrovias estão permanentemente investindo na
modernização e desenvolvimento tecnológico do seu material rodante -
locomotivas e vagões - e sistemas que visam aperfeiçoar as operações e reduzir
o impacto à natureza.
Exemplo disso, são os vagões fabricados com
materiais ecologicamente sustentáveis e as locomotivas equipadas com computador
de bordo, rastreador via satélite, alarmes de alerta e sistema de comunicação
por meio de rádio, e Sistema de Posicionamento Global (GPS). Entre as
tecnologias implantadas pelas ferrovias estão o novo Centro de Controle
Operacional (CCO) construído na empresa MRS Logística, os computadores de bordo
adotados nas locomotivas da América Latina Logística (ALL), os sistemas de
sinalização ativa implantados pela Ferrovia Tereza Cristina (FTC) e o
mapeamento 3D via escaneamento a laser utilizados pela Vale.
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