14/05/2013 - Correio Popular
O projeto de parceria público-privada que
está sendo comandado pelo governo do Estado para implantar dois corredores de
trens intercidades de passageiros, um deles cortando a Região Metropolitana de
Campinas (RMC), ligando Americana a Santos, está atraindo os quatro
fornecedores de trens instalados no Brasil e mais dois que estão chegando.
A Bombardier e a CAF, com plantas em Hortolândia,
além da Alstom e Siemens, já estão desenvolvendo estudos para avaliar o
potencial desse mercado.
A alemã Vossloh, que venceu a licitação
para fornecer 22 VLTs ao sistema que será construído entre Santos e São Paulo,
e a Malásia Scomi Engineering, ganhadora da concorrência internacional para a
elaboração do projeto, fabricação e implantação do sistema de monotrilho para a
Linha 17-Ouro, que ligará a estação São Judas do metrô ao aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, são os novos players do mercado interessados no trem
intercidades. As duas empresas estão se instalando no Brasil para produzir os
equipamentos.
O montante a ser investido é de R$ 18
bilhões, no esquema PPP, sendo que cerca de R$ 4 bilhões do governo do Estado.
Quatorze grupos empresariais estão interessados na implantação de uma rede
integrada e linhas ferroviárias passando pelas cidades de Santos, Mauá, São
Caetano, Santo André, Jundiaí, Campinas, Americana, São José dos Campos,
Taubaté e Sorocaba. Os corredores se conectarão a uma estação central na cidade
de São Paulo.
A extensão até Americana tem interessados.
O banco de investimentos BTG-Pactual e a Estação da Luz Participações (EDLP)
formaram um consórcio para realizar estudos de viabilidade de um sistema de
trens intercidades, composto por dois corredores de passageiros. É o maior
empreendimento privado em estudo no País.
O secretário de Transportes Metropolitanos,
Jurandir Fernandes, disse ontem que essas empresas talvez não se consorciem aos
grupos que disputarão a implantação da infraestrutura, para poderem permanecer
no mercado e negociar a venda dos trens ao grupo vencedor. “Geralmente elas
agem assim, porque não têm interesse em operar os trens, mas sim vender os
equipamentos”, afirmou.
O chamamento público feito pelo governo para
a parceria público-privada atraiu 14 empresas, que se cadastraram, a maioria
delas do setor da construção civil. Até o dia 23 de julho elas têm prazo para
entregar estudos envolvendo projeto de engenharia, estudo de demanda; análise
de viabilidade econômico-financeira; análise dos aspectos operacionais; análise
dos aspectos jurídicos institucionais; modelo de remuneração da concessionária.
Os autores dos estudos que forem selecionados pelo Estado terão ressarcimento
de R$ 5,2 milhões.
Fernandes disse que o otimismo do governo
no projeto vem do fato de que, entre os interessados, está o banco de
investimentos BTG-Pactual. “Esses investidores não entram em projeto que não
acreditam. O banco não é um grupo ligado ao tema, mas que entra para articular
quem faz parte da cadeia produtiva”, afirmou.
A proposta do Trem Intercidades é ligar as
quatro regiões metropolitanas do Estado que formam a chamada Macrometrópole
Paulista, com as regiões de Campinas, São Paulo, Santos e Vale do Paraíba, onde
estão 153 cidades de 30 milhões de pessoas. Essa macrometrópole gera 27% do
Produto Interno Bruto (PIB) do País e reúne 72% da população e 80% de toda a
riqueza gerada no Estado.
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