segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Comerciantes da Feira do Rato (Maceió) começam a deixar o local para implantação do VLT

A partir dessa quinta-feira (4), cerca de 850 comerciantes que atuam na Feira do Rato, na Levada (Alagoas, Maceió), devem começar a deixar seus pontos de venda e serem transferidos para os boxes construídos no prédio do antigo Ceasa. Equipes da Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) estarão entregando as notificações, onde estipulam um prazo de 72 horas para a evacuação. A remoção dos trabalhadores deve por fim à etapa que ‘empacou’ a continuidade do processo de implementação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).
De acordo com o superintendente da SMCCU, Galvacy de Assis, ainda nesta segunda-feira (01), foi programada uma reunião entre a Superintendência, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o Ministério Público. Após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado no último 17 de junho, ficou estabelecido que a CBTU teria um prazo de 40 dias para finalizar as obras dos estandes no antigo Ceasa, de modo que caberia à Prefeitura arcar com as despesas da transferência dos comerciantes.

Segundo Assis, após a reunião onde o TAC foi firmado, outras audiências terminaram por estender o prazo - que finalizaria no dia 27 de julho- para o dia 4 deste mês. De acordo com o Termo, 88 boxes devem ser construídos em um prazo de 120 dias, o que deve atrasar as transferências. 
Enquanto ela não ocorre, por fim, os feirantes continuam atuando nos trilhos onde deve passar o VLT. Declarando ser contra a transferência, Eriston Alves da Silva, de 47, que começou a trabalhar com o pai e, agora, vende peças de bicicletas, nem mesmo acredita que a mudança aconteça. 
“Há anos que existe essa história de que a feira vai acabar. Eu mesmo não acredito na mudança”, rebate. “Essa feira existe há mais de 60 anos e não acredito na mudança de mentalidade das pessoas em sair para a feira”, rebate. “Acho que deveria haver um disciplinamento, onde coloquem essas barracas pequenas mais afastadas do trilho. Mas que encontrem uma forma de manter os ambulantes aqui, porque já é tradição”. 
O feirante José Lins, de 61, concorda com Eriston Alves. “Trabalho aqui há mais de 10 anos e já vendi várias coisas diferentes. Sempre deu certo. Tanto que foi com essas vendas que consegui sustentar cinco filhos”, lamenta. “Acho que, por isso, a mudança não vai ser boa. Tudo bem que o VLT tem mesmo que vir, mas acho que a Prefeitura deveria associar o desenvolvimento à manutenção da sobrevivência das famílias”. 
Já o vendedor de ferramentas, Humberto José do Nascimento, não só concorda com a transferência como diz que já visitou o espaço. “Já fui lá e vi que é limpo e bonito. Eu quero ganhar minha barraca e ir para lá. Aqui, os fiscais cobram três reais por semana e corre o boato que, lá, vão cobrar trinta reais. Mesmo sabendo que vou pagar mais, eu prefiro mesmo ir para lá”.
Apesar da concordância Humberto José apresenta duas condições. “que haja uma grande divulgação e que a feira aqui seja extinta por completo. Da última vez que tentaram uma transferência, a maioria permaneceu aqui e sabemos muito bem que 850 feirantes não vão caber ali”.
Gazeta Web – Wanessa Oliveira e Janaina Ribeiro - 01/08/2011

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