BH PODE
ENTRAR NO PROJETO DO TREM-BALA
26/11/2012 -
Folha de S. Paulo
O governo
brasileiro retomou o estudo de viabilidade para estender o trem de alta
velocidade (TAV) para outras cidades do país além do trecho Rio-São
Paulo-Campinas, cujo edital com modificações deve ser publicado nesta semana.
Segundo o
presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo,
já se fala em construir trechos ligando São Paulo a Belo Horizonte, Curitiba e
Brasília. "Hoje a ferrovia é competitiva porque a tecnologia mudou, é um
serviço muito mais adequado [do que rodovia]."
Figueiredo
estima que até a sexta-feira será publicado o edital para contratar o
concessionário que vai operar do primeiro trecho de trem de alta velocidade
brasileiro, mais conhecido como trem-bala, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo
e a Campinas.
"A
informação que a gente tem é que a área técnica do TCU [Tribunal de Contas da
União] já se pronunciou. É possível que a decisão [do TCU] seja na quarta, e o
edital saia na sexta", informou o executivo após palestra na Câmara Americana
de Comércio.
A expectativa
era de que o edital fosse publicado nesta segunda-feira (26), mas as mudanças
feitas no edital, que precisam ser avaliadas pelo TCU, adiaram a sua
publicação.
Mudanças no edital
Segundo
Figueiredo, entre as mudanças está a queda de exigência de prazo de dez anos de
experiência no setor feita a pedido da Hyundai, que lidera um grupo de empresas
coreanas interessadas no projeto. O prazo foi cortado para cinco anos.
Outra
modificação foi o aumento de prazo de seis para oito meses do tempo entre o
lançamento do edital e a realização do leilão. "Foi um pedido dos
participantes, que precisam de mais tempo para analisar [a participação]",
explicou Figueiredo.
O preço máximo
de tarifa que poderá ser cobrada será de R$ 250, mas Figueiredo estima que esse
preço caia para entre R$ 180 e R$ 200 com o leilão.
Obra pública, concessão ou PPP?
A construção do
trem bala Rio-São Paulo será feita em duas etapas, já que o governo não
conseguiu que as empresas operadoras se entendessem com as construtoras da via
por onde passará o trem.
Segundo
Figueiredo, é possível que o governo tenha que construir a linha que ligará as
duas cidades, ou fazer uma PPP (Parceria Público-Privada). "Pode ser uma
obra pública, uma concessão ou uma PPP", disse.
A EPL vai
desenvolver em 2013 um estudo para definir o modelo e reduzir os riscos de quem
construirá a linha, demonstrando a viabilidade comercial do trecho. A ideia é
licitar a obra, que poderá ser tocada até por dez empresas, em 2014.
"Em 2013 a
gente faz o projeto, porque tem uma discussão sobre o custo e o risco da
obra", disse o executivo. "Vamos fazer um projeto detalhado para não
restar duvidas de custo e do risco que ela envolve, e a ideia é licitar no
primeiro semestre de 2014."
Entrega em 2018 ou 2020
O prazo para
entrega da obra pelo governo para os concessionários que ganharem a operação
será 2020, segundo o edital ainda não publicado. Figueiredo prevê, no entanto,
que é possível antecipar o fim da obra para 2018 --quando começaria a operação
do trem-bala.
A obra da via
que ligará Rio a São Paulo custará cerca de R$ 27 bilhões e a previsão é de que
dure cinco anos.
Figueiredo
disse, sem dar detalhes, que já se pensa em voltar a construir trilhos no país.
Dia 8 será inaugurada em Sete Lagoas (MG) uma fábrica de locomotivas. "Se
você criar escala, há condições delas [fábricas para o setor] surgirem. Vai
acontecer o mesmo com vagões", disse.
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