A concessionária Ferrovia Centro-Atlântica
(FCA), controlada pela Vale, recebeu autorização da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) para devolver 3,8 mil quilômetros em trechos de
ferrovias distribuídos em seis Estados brasileiros.
Entre os trechos que devem ser devolvidos
pela companhia estão sete considerados sem viabilidade econômica, como o que
liga Ribeirão Preto a Passagem, no Estado de São Paulo, e outros seis avaliados
como economicamente viáveis, como a ligação entre Alagoinhas e Juazeiro, na
Bahia.
De acordo com a concessionária, os trechos
antieconômicos, que totalizam 800 quilômetros, estão sem tráfego regular há anos
e a empresa já tinha feitos pedidos antigos para sua devolução.
"Após estudos de mercado, FCA e
governo federal concluíram que estes trechos não atendem às atuais necessidades
dos usuários do transporte ferroviário, não sendo assim mais revelevantes para
o novo modelo da malha ferroviária brasileira", informou a empresa.
Os investimentos que seriam feitos nesses
trechos serão convertidos em obras em | locais onde há tráfego regular da malha
da FCA.
Logística. No caso dos trechos
economicamente viáveis, que totalizam 3 mil quilômetros, a devolução será feita
por conta de um pedido do próprio governo federal, que quer incluir esses
trechos no Programa de Investimentos de Logística (PIL).
Esse programa prevê a expansão das malhas
ferroviária e rodoviária do País e a concessão de diversos trechos à iniciativa
privada.
De acordo com a ANTT, o valor devido pela
empresa por conta da degradação apresentada pela via férrea será convertido em
investimentos de R$ 760 milhões que terão de ser feitos pela FCA na malha Centro-Leste,
que considera projetos em Minas Gerais, Goiás e São Paulo, acrescidos de 15% em
vantagem para o setor público.
Os trechos economicamente viáveis, cuja
devolução implica em compensação para a empresa por causa da perda de receita,
ainda passarão por inspeção para análise do estado de conservação antes de ser
definido o valor.
A FCA fará a retirada de material metálico
dos trechos economicamente viáveis a serem devolvidos, em 1,76 mil quilômetros
de via férrea, comprometendo-se com reaproveitamento dos trilhos nos segmentos
remanescentes da malha Centro-Leste.
A companhia encerrou o primeiro trimestre
com resultado antes de juros e impostos (Ebit) negativo de R$ 15,25 milhões,
ante Ebit positivo de R$ 1,19 milhão um ano antes. Os investimentos somaram R$
233 milhões nos três primeiros meses deste ano, crescimento de 77,4% na
comparação anual.
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