O Programa de Investimentos em Logística (PIL),
lançado pelo governo federal em agosto de 2012, que envolve além de ferrovias,
rodovias e portos, e prevê a construção de 11 mil quilômetros de ferrovias divididos
em 11 trechos no país, pretende refazer toda a linha tronco que corta ao meio o
Estado de Minas Gerais, interligando o país. Para conseguir esse objetivo o
Governo federal precisa reformular todos os contratos de concessões feitos em 1996,
durante as privatizações e negocia com as concessionárias de carga ferroviária
para poder relicitar os trechos hoje cedidos a elas.
Para modernizar o trecho mineiro a Agencia
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) negociou com a concessionária Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela Vale, a
devolução de 3.800 quilômetros em trechos de ferrovias distribuídos em seis
Estados brasileiros.
Entre os trechos
que devem ser devolvidos, estão seis considerados sem viabilidade econômica,
como o que liga Ribeirão Preto a Passagem no Estado de São Paulo, e outros seis
avaliados como economicamente viáveis, como a ligação entre Corinto na região
central de Minas a Alagoinha na Bahia, sendo esse o maior trecho continuo que
abrange municípios do Norte de Minas e Sul da Bahia.
De acordo com a FCA
os trechos antieconômicos para a empresa, que totalizam 800 quilômetros, estão
sem tráfego regular há anos e a empresa aproveitou a negociação para
concretizar pedidos antigos para sua devolução. A FCA entende que estes trechos
não atendem às atuais necessidades dos usuários do transporte ferroviário de carga,
não sendo assim relevantes economicamente para a empresa. Os investimentos que deveriam
serem feitos nestes trechos foram negociados e serão convertidos em obras em
locais onde há tráfego regular da malha da FCA.
No caso do
trecho Corinto/Alagoinhas, que é economicamente viável, a FCA fará a devolução
com pretensões de retornar após ser esse reformado pelo Programa Integrado de
Logística.
O programa prevê
a expansão das malhas ferroviária e rodoviária do país e a concessão de
diversos trechos à iniciativa privada, e a FCA que provavelmente será extinta,
se fará permanecer como VLi Logistica, do mesmo grupo.
Segundo a ANTT,
o valor devido pela empresa pela degradação apresentada pela via férrea negligenciada
será convertido em investimentos de 760 milhões de reais que terão de ser
feitos pela FCA na malha Centro-Leste, que considera projetos em Minas Gerais,
Goiás e São Paulo, acrescidos de 15 por cento.
Os trechos
economicamente viáveis, cuja devolução implica em compensação para empresa
devido à perda de receita, ainda passarão por inspeção para análise do estado
de conservação, antes de ser definido o valor.
A ANTT concedeu
ainda a FCA a retirada de material metálico dos trechos economicamente viáveis
a serem devolvidos, em 1.760 quilômetros de via férrea, que utilizará esses
trilhos nos segmentos remanescentes da malha Centro-Leste, onde continuará
operando.
Nova ferrovia prioriza cargas
A Superintendência de Infraestrutura e
Serviços de Transporte Ferroviário de Cargas, considerando o disposto na
Resolução ANTT nº 3.953, de 05 de dezembro de 2012, publicada no Diário Oficial
da União - DOU de 28 de dezembro de 2012, está realizando uma tomada de subsídios
com o objetivo de obter contribuições e informações adicionais para discussão
dos Estudos Preliminares, que se prestarão a disciplinar as condições em que se
dará a concessão, à iniciativa privada, do trecho ferroviário compreendido
entre Belo Horizonte/MG e Candeias/BA,
projeto integrante do Programa de Investimentos em Logística do Governo
Federal.
A nova ferrovia será construída de acordo
com padrões modernos adotados na nova malha ferroviária em implantação no País,
com dormentes de concreto e bitola mista de 1.6 e 1,0 metros, o que permitirá
às composições de carga desenvolver velocidade de até 80 km por hora. O custo previsto
para a obra é de 11 bilhões.
Governo
desprestigia trens de passageiros e também pequenas cargas.
O traçado
definido em alguns pontos coincide com a linha que existe hoje, mas no geral
ela segue outros rumos. Entre as premissas básicas do projeto está a de se
afastar das cidades, portanto a nova linha não tem compromisso algum com a
população, já que não prevê construção de estações no seu trecho. Além dos
passageiros, os pequenos empresários e comerciantes se verão prejudicados pela
inviabilidade do projeto em prever embarque e desembarque de mercadoria em
trechos menos longos, previno cargas somente Salvador/Belo Horizonte e vice
versa.
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