Foto de Inilton Lima |
No entanto, o cenário no longo prazo não é
dos mais promissores para a empresa, uma vez que a indústria ainda não tem
pedidos para 2017, o que já deveria estar acontecendo devido ao longo ciclo de
fabricação das máquinas.
As informações são do diretor geral da
Progress Rail Services (PRS) no Brasil, braço do setor ferroviário da
Caterpillar, Carlos Roso. Segundo ele, as negociações e pedidos de novas
locomotivas acontecem entre a empresa e, principalmente, a Valor da Logística
Integrada (VLI), a Vale S/A e a América Latina Logística (ALL).
“Neste ano devemos dobrar a produção em
relação a 2014. E para 2016 já temos encomendas que deixarão a fábrica ocupada,
não em um nível tão alto e abaixo do de 2015. Mas que dá para operar. Para
2017, porém, o cenário é preocupante porque já era hora de estarem entrando
novos pedidos e isso não está acontecendo”, disse Roso.
Concessões
Diante disso, a Caterpillar deposita suas expectativas na tentativa do governo federal de acelerar as negociações com as atuais concessionárias do setor ferroviário para renovar e estender os prazos dos contratos de concessão, com o objetivo de garantir investimentos para os próximos anos.
Diante disso, a Caterpillar deposita suas expectativas na tentativa do governo federal de acelerar as negociações com as atuais concessionárias do setor ferroviário para renovar e estender os prazos dos contratos de concessão, com o objetivo de garantir investimentos para os próximos anos.
Em contrapartida, os aportes desses players
na malha já existente podem chegar até R$ 16 bilhões.
As negociações estão concentradas
basicamente na ALL, na MRS Logística e na Ferrovia Centro Atlântica (FCA). A
primeira, por exemplo, que detém a maior malha ferroviária do País, anunciou,
após a fusão com a Rumo Logística (do grupo Cosan), uma proposta de
investimento que soma R$ 7,4 bilhões, sendo que R$ 4,6 bilhões estariam
condicionados à extensão contratual das suas concessões.
“Renovar as concessões é fundamental porque
isso vai garantir os investimentos em melhorias das ferrovias, como está
previsto nos contratos”, afirmou o diretor da Caterpillar. Esses aportes, entre
ampliação da capacidade de tráfego, novos pátios, redução de interferências
urbanas, novos ramais e sinalização, também incluem a ampliação da frota, o que
seria bom para os negócios da fabricante de locomotivas instalada em Sete
Lagoas.
Sobre os investimentos da Caterpillar na
planta da região Central do Estado, Roso disse que a empresa está “discutindo
algumas coisas”, que segue players como a VLI, Vale e ALL de perto e que
acompanha o mercado. “Para o cenário de hoje, já fizemos aportes mais que
suficientes”, completou o diretor.
Vendas
Ao longo deste ano, a Caterpillar concretizou a venda de 113 locomotivas para a VLI. Entre as máquinas já entregues estão cinco modelos de bitola métrica de oito eixos, os primeiros deste tipo no Brasil. Anteriormente, dois protótipos já tinham sido entregues.
Ao longo deste ano, a Caterpillar concretizou a venda de 113 locomotivas para a VLI. Entre as máquinas já entregues estão cinco modelos de bitola métrica de oito eixos, os primeiros deste tipo no Brasil. Anteriormente, dois protótipos já tinham sido entregues.
Conforme já informado, a planta de Sete
Lagoas foi montada para atender a América do Sul e o Brasil, sendo que o País
representa cerca de 80% desse mercado. Além do modelo de oito eixos, também
saíam das linhas de montagem outros dois modelos de locomotivas, com 60% de
conteúdo nacional.
O primeiro é uma máquina diesel elétrica,
de bitola larga e de corrente alternada com seis eixos. A outra é semelhante a
primeira, mas com bitola métrica.
Porém, os novos modelos de oito eixos, de
acordo com o diretor, devem ocupar a planta no próximo ano. Eles trazem um
diferencial para a Caterpillar ganhar mercado, uma vez que consomem menos
combustível e são capazes de reduzir em cerca de 50% a emissão de partículas em
relação às máquinas mais antigas.
Além disso, duas locomotivas novas, como as
negociadas com a VLI, são capazes de fazer o trabalho de três mais velhas, como
as que comumente rodam atualmente nas ferrovias nacionais.
03/12/2015 - Diário do Comércio
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