O encontro
realizado ontem foi, na realidade, uma forma de marcar posição e pressionar o
TCU, por conta de uma auditoria feita nas obras da Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (Fiol).
Na semana
passada, uma auditoria realizada pelo Tribunal recomendou que as autoridades
responsáveis pela ferrovia avaliassem a possibilidade de construir apenas o
trecho final do projeto, de 500 quilômetros, entre Caetité e Ilhéus, no litoral
baiano. Outros dois trechos - de também 500 quilômetros cada um - ficariam para
outro momento.
Basicamente, o
que o TCU fez foi apenas uma sugestão, sem nenhum tipo de decisão sobre o
assunto.
A ideia, no
entanto, foi suficiente para mobilizar toda a bancada local e deslocar o
governo petista até Brasília.
Depois do
encontro com o baiano Aroldo Cedraz, o governador Rui Costa disse que o
resultado da reunião foi positivo e que a Fiol será construída em toda a sua
extensão de 1,5 mil quilômetros, entre Ilhéus e Figueirópolis, no Tocantins.
Costa fez ainda uma crítica à atuação de fiscalização do Tribunal que, segundo
ele, acaba por inibir gestores e a execução de obras.
Pânico.
"Hoje se criou um pânico no País inteiro. Nenhum gestor público ou
dirigente de empresa quer assinar documento. Todo mundo quer mais relatório,
mais parecer e o País está parando, milhares de pessoas sendo desempregadas, o
povo sofrendo por conta desse excesso de controle", afirmou Costa.
A ferrovia,
prevista para ser entregue em julho de 2013, viu seu prazo ser dilatado em
cinco anos e agora é esperada para 2018. O preço da obra já saltou de R$ 4,3
bilhões para R$ 6,5 bilhões.
O TCU, com a
auditoria, tinha a intenção de checar o custo-benefício de se fazer toda a
ferrovia ou apenas parte do projeto. O trecho de Caetité até Ilhéus é o mais
avançado, com 60% de execução física. O trecho final, de outros 500
quilômetros, ligaria a estrada de ferro à Ferrovia Norte-Sul, mas este sequer
tem estudo ou licenciamento concluídos.
29/10/2015 - O
Estado de São Paulo
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