quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Trem de levitação magnética abre as portas para o público no Fundão


Rio — Após um ano e quatro meses operando com um público restrito, o trem de levitação magnética (Maglev-Cobra), desenvolvido na Ilha do Fundão, passará a receber passageiros todas as terças-feiras. A linha experimental de 200 metros liga o Centro de Tecnologia (CT) ao Centro de Tecnologia 2 (CT 2) da UFRJ. As viagens demonstrativas, que começaram nesta terça-feira, serão realizadas em dois horários: de 11h as 12h e de 14 as 15h.
Com os testes, os pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Supercondutores da Coppe/UFRJ esperam conseguir, no ano que vem, a certificação para operar comercialmente. Segundo o professor Richard Stephen, coordenador do projeto, o Maglev-Cobra é o primeiro veículo no mundo a transportar passageiros, em escala real, utilizando a tecnologia de levitação magnética por supercondutividade e ímãs.
— Esse veículo está sendo desenvolvido para ser usado na malha urbana. No ano passado, conseguimos fazer os ajustes necessários para abrir para o público com segurança — disse Stephen, ressaltando as vantagens do novo modal. — Além do silêncio e do menor consumo de energia, o custo chega a ser três ou até cinco vezes mais barato que o metrô subterrâneo, por exemplo. Se formos comparar com o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou um monorail, é bem provável que chegue a um custo similar.
Em vez de rodas, o trem utiliza levitação, trafegando silenciosamente, sem emitir poluentes. Por ser uma linha experimental, o Maglev-Cobra transporta 10 passageiros por viagem (podendo chegar até 30 pessoas) com uma velocidade de 10 km/hora. No entanto, de acordo com Stephen, é possível conectar novos módulos, de 1,5 metro de comprimento cada, e aumentar a capacidade do veículo, que, em percursos mais longos, pode chegar a uma velocidade de 100 km/h.
Desde 2000, quando começaram as pesquisas para a aplicação da levitação em transporte urbano, já foram investidos cerca de R$ 15 milhões. A maior parte dos recursos veio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


Por Guilherme Ramalho | Jornal Extra - Infoglobo

Nenhum comentário:

Postar um comentário