A prefeitura de
Guarulhos tenta viabilizar projeto de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para
melhorar o transporte público da cidade, que movimenta cerca de 490 mil pessoas
por dia e é realizado unicamente por ônibus. Com 1,2 milhão de habitantes - 11ª
maior população no país -, a cidade vive há anos a promessa de ser incluída nos
projetos de metrô e trem do governo do Estado. Os projetos, no entanto, preveem
um trem até o Aeroporto de Cumbica, sem passar por bairros populosos ou pelo
centro, e um metrô até a rodovia Dutra, que não chegaria aos limites do
município, e entraria em operação apenas em 2018.
Com a falta de
transporte sobre trilhos e sem perspectivas de projetos que atendam a
população, a prefeitura encomendou estudos para a construção de um trem que
corte a cidade. O VLT teria 12 quilômetros de extensão, ligando a Avenida
Timóteo Penteado, próximo à divisa com o Tucuruvi, na região norte de São
Paulo, até a rodovia Hélio Smidt, no aeroporto de Cumbica, passando pelo
centro.
O projeto
custaria R$ 1,2 bilhão e ainda não possui financiador. Entre as possibilidades
estão uma Parceria Público-Privada (PPP), investimento do governo do Estado ou
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
ou de organismos internacionais. "Vamos buscar financiamento. Precisamos
da parceria de outros entes federativos ou da iniciativa privada, só a
prefeitura não tem recurso", diz o secretário de Transportes e Trânsito de
Guarulhos, Atílio Pereira.
Após o estudo de
viabilidade econômica, a prefeitura de Guarulhos vai encomendar o projeto
básico, mas ainda não estabeleceu prazos para execução da obra. A Secretaria do
Estado de Transportes Metropolitanos, por sua vez, informa que não conhece
oficialmente o projeto, mas tem disposição em cooperar com a construção do VLT
na cidade.
O trem ainda
pode ganhar extensões, podendo chegar ao Metrô Tucuruvi, na Linha 1-Azul.
Quando essa linha de metrô foi projetada na década de 1970, foi estudada a
extensão até Guarulhos, mas na época não houve viabilidade técnico-financeira
para a obra.
De acordo com o
projeto do VLT, cada trem tem capacidade para transportar 400 pessoas, o mesmo
que 177 automóveis ou três ônibus. Guarulhos possui cerca de 530 mil veículos e
a frota do transporte coletivo chega a 922 ônibus e microônibus internos. Há
ainda outros 536 ônibus intermunicipais que seguem para São Paulo, Poá e
Itaquaquecetuba. Além dos ônibus, a cidade conta ainda com cerca de 200 vans
clandestinas que operam sob liminar da Justiça. "Só os ônibus não dão mais
conta do transporte da cidade. Estamos como mineiros, aceitamos qualquer
trem", diz o secretário de Transportes de Guarulhos.
Além do VLT, a
cidade possui outros dois projetos de trens que se conectariam no aeroporto de
Cumbica. O aeroporto é o destino da futura linha de trem da Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos (CPTM) e do trem-bala. O projeto da CPTM prevê uma
linha chamada de 13-Jade, de 11,5 quilômetros até a estação Engenheiro Goulart,
na zona leste de São Paulo. O investimento para a construção da linha está
estimado em cerca de R$ 1,2 bilhão. "Gostaríamos que esse trem fosse até o
bairro São João, que fica atrás do aeroporto e é uma das áreas mais populosas
da cidade.
Dessa forma, atenderia
não só o aeroporto, mas também a demanda interna, mas para isso precisa de
vontade política", diz Atílio Pereira. Caso haja conexão entre o VLT,
projetado pela prefeitura de Guarulhos, e o trem da CPTM, a demanda do VLT
passaria de 40 mil para 60 mil passageiros por dia.
As obras da
Linha 13-Jade estão previstas para começar em fevereiro de 2013 e levarão de 18
a 24 meses. Hoje o projeto está em fase de estudo e um dos entraves é o local
da estação no aeroporto. O governo do Estado quer que o desembarque de
passageiros seja próximo aos terminais 1 e 2, os mais movimentados e que darão
acesso ao 3 que está em construção. A concessionária Aeroporto de Guarulhos,
que assumiu a administração do aeroporto, prevê a estação próximo ao terminal
4, distante dois quilômetros dos demais, e se compromete em construir um
monotrilho interno para ligar os terminais à futura estação, onde poderia haver
conexão entre os três trens planejados.
O trem de alta
velocidade que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro tem estações
previstas no aeroporto de Guarulhos e na região central de São Paulo. O custo
do projeto é de R$ 35 bilhões e a previsão é de que fique pronto em 2018.
Já o prolongamento da Linha
2 - Verde do Metrô de São Paulo, entre a Vila Prudente e a rodovia Presidente
Dutra chega próximo à divisa municipal com Guarulhos, mas não atende
diretamente a cidade. O trecho terá 13,5 quilômetros de extensão e as obras,
segundo o governo do Estado, começam em 2013 e devem ser concluídas em 2018,
com custo de R$ 7,7 bilhões
Nenhum comentário:
Postar um comentário