O governo de São
Paulo acertou a compra, em 2013, de 65 trens para reforçar o atendimento nas
linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Eles deveriam ter
sido entregues no meio do ano passado, mas, até agora, apenas 11 entraram em
operação. As novas composições ainda apresentaram mais de 200 falhas em um
período de seis meses.
A aquisição dos
trens foi selada em uma licitação de quase R$ 2 bilhões, vencida por duas
empresas estrangeiras: a espanhola CAF e a sul-coreana Hyundai/Rotem. A CAF
ficou encarregada de entregar 35 composições e, a Hyundai/Rotem, as outras 30,
ambas em 2016. As duas companhias são investigadas por formação de cartel em
contratos firmados durante a gestão PSDB em São Paulo.
O prazo oficial
passou e nenhuma das fabricantes cumpriu com o compromisso. Juntas, elas
entregaram até o momento apenas 20 trens. Destes, quatro da CAF e outros quatro
da Hyundai/Rotem sequer foram aprovados nos testes de segurança e estão
parados.
Uma composição
da Hyundai/Rotem passou nos testes, mas ainda não está circulando por questões
burocráticas. Os onze trens da leva que já estão em operação são da CAF, mas,
apesar de estarem na ativa, têm apresentado constantes problemas. Foram 227 só
em um semestre, conforme levantamento do Ministério Público (MP).
Falhas e
reprovações
O Bom Dia Brasil
teve acesso com exclusividade ao relatório feito por engenheiros do MP que
avaliou os trens que estão em circulação mas apresentando problemas e aqueles
que não passaram nem pela fase de testes. O parecer foi dado após vistoria em
linhas e no pátio onde parte deles está estacionado, em Osasco, na Grande São
Paulo.
Os engenheiros
apontam no documento que quatro dos cinco trens entregues até aqui pela Hyundai
possuem uma série de problemas e, por isto, são reprovados nos testes
dinâmicos, que avaliam o equipamento em movimento. Já no caso da CAF, dois dos
quatro trens parados estão há um tempo considerável tentando superar a fase de
testes. Um deles aguarda liberação desde junho de 2015.
05/05/2017 - G1
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